O realismo político e a esquerda

Quem tenha a paixão (ou o vício) da história, em particular daquela que converge com o presente, habitua-se a colocar tudo em perspetiva, rebuscando com frequência no passado para compreender o presente. Ou, mais proactivamente, para ajudar a superá-lo. Por muito que estejamos a viver uma situação política substancialmente nova, o que possa resultar dela, ainda que dotado de roupagem inovadora, jamais deixará de se inscrever numa sequência. Se tal não acontecer, tudo se precipitará no primeiro precipício que surja pelo caminho. Mas quem se fixar nesse passado, recusando a mudança, caminhará em círculo até cavar o seu próprio buraco. Falo, naturalmente, da situação pós-eleitoral e da possibilidade constitucional que poderá funcionar como alternativa a mais um governo de direita. (mais…)