A paz, direito de todos

Começo por uma declaração de intenções necessária num cenário de ódio e cegueira que tolda a perceção do real imediato: sou absolutamente contra a resolução do interminável conflito israelo-palestiniano pela força das armas. Sou também a favor da devolução aos palestinianos da possibilidade de construírem um Estado independente e de cessarem décadas de exílio e sofrimento dentro do seu próprio território. E defendo a existência de um Estado de Israel, não admitindo, ao contrário do que pregam os antissemitas assumidos ou dissimulados, a demonização dos judeus e o seu regresso à condição de párias e errantes. No essencial, tal como muitos palestinianos, tal como muitos israelitas, tal como muitos cidadãos de todas as partes que prezam o respeito pela liberdade e pelos direitos humanos, e pensam que o horror não deve ser combatido com o horror, defendo sem hesitações uma paz assente no reconhecimento mútuo à existência digna de que cada um dos povos, dentro dos seus Estados, soberanos, livres, autónomos e democráticos. E se possível, um dia chegaremos lá, também fraternos e colaborantes. (mais…)
