
Aprendi a ler cedo, antes ainda da primária, pela mão de um avô que gostava que lesse sem soletrar, aos amigos dos seus encontros matinais de maledicência, artigos inteiros do jornal diário. Talvez por isso, tornei-me viciado em notícias, usando-as, sem falhar um dia, para conhecer e entender os caminhos do mundo. Numa rápida retrospetiva de tanto tempo a absorver informação – juntando-lhe sempre o insubstituível conhecimento histórico –, posso dizer que não me recordo de viver uma época pautada por uma situação política global tão caótica e de difícil decifração quanto a que agora nos cabe. Prova disto é a visível incapacidade dos analistas políticos, mesmo dos mais bem preparados, para interpretar os acontecimentos em curso e lhes antecipar consequências.
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