A nostalgia do «Expresso» que foi
Completaram-se ontem, 6 de janeiro de 2023, cinquenta anos de vida do semanário «Expresso». Fui seu leitor desde o primeiro número, saído ainda em pleno marcelismo como expressão de uma oposição consentida pelo regime, e durante mais de quatro décadas não perdi um só. Mesmo quando fora do país ou em algum lugar onde o jornal não chegava, tinha sempre um quiosque que guardava o meu exemplar. Boa parte desse tempo integrou um ritual das manhãs de sábado, comprando o «espesso» e lendo-o depois normalmente no café. Em particular o bom suplemento cultural, durante uma boa época designado «Revista», e deixando de lado a volumosa publicidade e o caderno de Economia, uma área que infelizmente jamais foi a minha praia. A partir de certa altura passei para a edição digital, que assinei e lia no tablet, libertando-me de vez daquele saco de papel que alguns leitores costumeiros e mais tradicionais ainda exibem como um emblema geracional.
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