A campanha «da confiança»
A que propósito alguém que não é eleitor do Partido Socialista, discorda de muitas das suas escolhas passadas e presentes, suspeita de posições publicamente assumidas (em casos excepcionais até da idoneidade democrática) de vários dos seus responsáveis nacionais e locais, e para mais é candidato nas listas de uma força política concorrente às eleições de 4 de Outubro, se preocupa com a desastrosa pré-campanha que os socialistas têm vindo-a desenvolver? Tenho uma resposta simples: não me é indiferente, nem me parece que possa ser indiferente à maioria dos portugueses, e à esquerda política em particular, que o PS perca as eleições para a direita. Sabendo que não existe alternativa no que diz respeito à vitória nas urnas neste Outono e à constituição de um novo governo, prefiro Costa a Passos como primeiro-ministro de Portugal. Ainda que, se necessário for, cá esteja depois – e provavelmente estarei – para me opor às escolhas das quais discorde que nessa qualidade venha a procurar impor. Dizer o contrário é prova de cegueira, própria de quem, embarcado na sua arca de Noé, não se importe que rompa o dilúvio. (mais…)