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Meca por uma agulha

Em 1853, o explorador inglês Richard F. Burton (1821-1890) foi o primeiro ocidental que entrou em Meca. Fê-lo arriscando a vida – visitar Meca e Medina está proibido aos não-muçulmanos –, apenas pelo prazer de viajar e de conhecer outras maneiras de viver. Eis a sua descrição de algumas das medidas que tomou para cumprir a façanha.

Além do disfarce de «Mirza Abdullah», tinha «um miswak ou palito» — um galho para limpar os dentes; «um pedaço de sabão e um pente, de madeira, porque osso e casca de tartaruga não são, religiosamente falando, corretos.» Uma muda de roupa, um cantil de pele de cabra, um «tapete de pele grosso, que além de ser cama funcionava como cadeira, mesa e oratório», uma almofada, um cobertor, um grande chapéu de sol amarelo vivo […], uma «dona de casa» (agulhas, linha e botões numa bolsa), um punhal, um tintei­ro e um porta-penas de latão, «e um rosário forte que em certas ocasiões possa ser convertido em arma de defesa.»

Personal Narrative of a Pilgrimage to Al-Madinab and Mecah, 1853
(citado por Paul Theroux em A Arte da Viagem)

    Apontamentos, Olhares, Recortes

    Uma manhã na Síria

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    Curta-metragem do jovem realizador sírio Bassel Al Shahade, assassinado em Homs pelas tropas de al-Assad. Num dos massacres que alguns dos habitués da distorção da História dizem não ter acontecido. E que os adversários do não-intervencionismo a qualquer preço fazem por ignorar. Enquanto permaneceu vivo, Bassel foi aliás uma das testemunhas do que estava (e continua neste preciso momento) a acontecer. De notar que poderia ter permanecido a salvo, por se encontrar a estudar nos EUA com uma bolsa Fulbright, tendo decidido regressar ao seu país para cobrir os acontecimentos. Mais informação aqui.

      Apontamentos, Atualidade, Democracia

      Anarquia no século 21

      O fim da ordem bipolar introduzida pela Guerra Fria e o estado de desgraça ao qual na atualidade chegou o capitalismo têm trazido de volta a hipótese da demolição da ordem pública tal qual a conhecemos. Fala-se da «anarquia das ruas», com o pavio acendido em Atenas, causada pela revolta incontida contra o recuo abrupto do Estado social e a falta de horizontes de sobrevivência, mas fala-se também da «anarquia dos mercados», determinada pela incapacidade de alguém prever ou moderar o seu comportamento errático. Todavia, a teoria política e a experiência dos movimentos sociais, não têm promovido o retorno do ideário anarquista ou anarcossindicalista que, desde os meados do século XIX, orientou os primeiros passos da reivindicação operária e ajudou a construir a perceção do futuro de um grande número de filósofos, escritores, artistas e outros atores sociais. Existe de facto um peso, determinado pela domesticação dos partidos da esquerda e dos sindicatos, que esvaziou o velho filão do anarquismo militante, da escola de Bakunine, confinado à cultura antiquada dos militantes saudosos de outros tempos, com bandeiras desbotadas que já não mobilizam, ou, longe deles, a setores de jovens automarginados, que encontram na atitude libertária o arsenal da sua barricada identitária. E, no entanto, como sugere Octavio Alberola, porque não associar o anticapitalismo que a crise fez reemergir a um antiautoritarismo renascido, capaz dar perigosamente voz a quem já não acredita nas burocracias partidárias e sindicais? Eis uma questão levantada, com uma reflexão convincente e propostas à vista, num pequeno livro de M. Ricardo de Sousa (Os Caminhos da Anarquia, da Letra Livre) que anda aí, algo escondido, pelas estantes das livrarias. Apresentado como uma reflexão pessoal «sobre alternativas libertárias em tempos sombrios», levanta uma possibilidade de ressurgimento na luta social que, no contexto presente de gestão crítica das expectativas e das sobrevivências, é de ter em atenção.

        Apontamentos, Atualidade, Olhares

        O day after

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        A primeira reação foi de alegria, a segunda de ceticismo, a terceira de esperança. Como pessoa de esquerda, adversário da transformação da realidade europeia num laboratório para a produção de meros exercícios de gestão financeira no interior de um capitalismo retornado ao estado de barbárie, custem eles o que custarem em termos sociais e humanos, não pude deixar de me sentir momentaneamente feliz com a vitória da esquerda francesa reunida em torno da candidatura de François Hollande. Nem com os avanços que essa esquerda anti-austeritarista, projetada à margem das cartilhas dogmáticas pré-Queda do Muro, foi capaz de obter na Grécia.

        Já como alguém que sabe não serem só os problemas colocados que são complexos e reconhece que as soluções para os superarmos o podem ser ainda mais, não posso deixar de despertar rapidamente do estado de graça e de perceber que o que aí vem irá defraudar muitas das expetativas dos eleitores. Hollande não é propriamente a mola de uma frente unitária contra a ditadura dos mercados, a desigualdade social e o recuo do Estado-providência. Dentro do sistema que domina a economia europeia, as suas tímidas propostas reformistas poucas hipóteses terão de ser aplicadas e de produzir efeitos duradouros. Já o Syriza, é, no contexto grego, um partido do protesto, do descontentamento, o que não assegura capacidade para afirmar aquilo que não tem: uma estratégia de governo e uma saída à vista para os problemas mais dramáticos dos gregos.

        No entanto, a esperança nasce também das maiores dificuldades. A perceção de que é necessário encontrar uma solução e a pressão dos cidadãos para que tal se faça de forma rápida e com uma gestão de recursos que não seja cega, irão criar condições para que, em França, na Grécia e noutros teatros da crise, novos e melhores caminhos possam ser visados, preparados e percorridos. Não os que levam a Pasárgada, a cidade-ideal da vida boa projetada no conhecido poema de Manuel Bandeira, mas os que alimentam essa dose de esperança necessária a toda a regeneração.

          Apontamentos, Atualidade, Opinião

          Mulheres com M

          Tem sido boa a repercussão pública do ensaio Humilhação e Glória, de Helena Vasconcelos. Sendo inteiramente merecido, esse eco deve, no entanto, ser confrontado com algumas dúvidas que a leitura da obra levanta. É desde logo evidente a intenção da autora de conceber o livro como uma introdução à história das mulheres, concebida de forma atraente e vocacionada principalmente para o leitor comum. Ele vem preencher, aliás, na linha do que fez em Espanha Rosa Montero com o seu Histórias de Mulheres, uma lacuna na edição nacional. Ao mesmo tempo, a autora propõe um importante trabalho de resgate efetuado sobre os feitos e os trajetos públicos de um conjunto de mulheres, principalmente portuguesas, com papéis na literatura, nas artes, nas ciências ou na intervenção cívica que têm permanecido injustamente esquecidos ou na sombra. Se a Marquesa de Alorna é, pelo menos nos meios académicos, razoavelmente conhecida, poucos terão ouvido falar, por exemplo, de Teresa Margarida da Silva Orta, apesar de esta ter sido a primeira portuguesa a escrever um romance (As Aventuras de Diófenes, de 1752). Atravessa também o livro uma brisa de otimismo que contribui, sem dúvida, para ampliar o seu papel de instrumento destinado a sublinhar a importância de um trajeto histórico de combate pela emancipação e de afirmação positiva da voz das mulheres.

          Uma leitura crítica levanta, porém, algumas perplexidades. Anoto três. Em primeiro lugar, a consideração de eventos e práticas originários de distintos tempos e lugares como se inscritos num percurso único, visando uma espécie destino trans-histórico comum. Em segundo lugar, a falta das propostas, dos problemas e dos combates que se levantaram, a partir da década de 1980, no contexto do chamado feminismo de terceira vaga, ficando as alusões canónicas pelas pelas autoras de segunda vaga (Simone de Beauvoir, Elaine Showalter, Betty Friedman e outras). E em terceiro o tom quase celebratório, em relação à situação atual de uma «tendência para a igualdade» que estudos no campo da sociologia e da ciência política têm vindo a desmontar, revelando, ao invés, que este padrão de discurso pode validar subordinações reais, aparentemente invisíveis. Pode ainda, entretanto, levantar-se uma última objeção que parecendo apenas formal, de facto o não é. A designação de um enquadramento do ensaio, enquanto género, no campo dos estudos «femininos» – e não «sobre as mulheres», ou «feministas», como são catalogados dentro de um universo hoje já bastante alargado, inclusivamente em Portugal, que se dedica ao seu estudo nos domínios da investigação de ponta e do debate teórico – advém de uma escolha da autora que sendo inteiramente legítima, respeitável, pode também ser questionada por dar a impressão de advir de uma noção essencialista sobre o «belo sexo» derivada de um modelo cultural dominantemente masculino. Um livro bastante útil e recomendável que convirá ler com alguma vigilância crítica.

          Helena Vasconcelos, Humilhação e Glória. O acidentado percurso de algumas mulheres singulares. Quetzal. 328 págs.Versão revista de nota saída na LER de Abril.

            Apontamentos, Democracia, Olhares

            Nem só de pão

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            A propósito das cenas violentas e completamente degradantes provocadas pela campanha de descontos do Pingo Doce, não parece justo culpar apenas a atitude canalha da empresa de Jerónimo Martins, ao servir-se do feriado do Primeiro de Maio para desencadear a sua campanha de publicidade agressiva, manipulando as carências das pessoas e provocando os seus próprios trabalhadores. Como não será correto culpar os largos milhares de famílias que para sobreviverem à crise foram até à selva das prateleiras lutar corpo a corpo por escassas centenas de euros. Para sermos justos, e entendermos o que aconteceu de um modo mais completo, precisamos olhar também para a atitude continuada dos partidos políticos e de muitas organizações sindicais que têm desenvolvido a sua ação exclusivamente centradas numa política de interesses, na gestão economicista do deve e do haver de todos e de cada um. Fazendo-o sem atenderem à defesa da consciência cívica como princípio de solidariedade, da honra individual como eixo da vida coletiva, da (voltemos sem medo à palavra) ideologia como instrumento de mobilização e de mudança. Marx dizia que a consciência política do operário – alarguemos: do trabalhador, do cidadão – não se mede apenas pelo tamanho do porta-moedas. Talvez o que aconteceu se deva, em boa parte, ao esquecimento de que nem só de pão vivemos.

              Apontamentos, Atualidade, Democracia, Opinião

              A bela palavra

              Mantenho uma relação difícil com a palavra «camarada». Houve um tempo no qual a pronunciei vezes sem conta. Para mim significava então um destino, uma missão, uma certeza. Uma vontade de partilhar a redenção dos que a história havia empurrado para baixo. Com a certeza de que esse resgate chegaria um dia. E por isso um sinal de futuro. Era essa a palavra bonita, «c’est un joli nom, tu sais», que Jean Ferrat, comunista combatente e artista de variedades, proclamava no distante ano de 1968. Aquela que combinava o sabor da cereja e o da romã com os perfumes do Maio. Mas na mesma canção Ferrat rompia com o PCF e acusava os tanques russos: «Ce fut à cinq heures dans Prague/ Que le mois d’août s’obscurcit/ Camarade Camarade». Porque a palavra serviu também, no dobrar das décadas, para perseguir e delatar, para demarcar um grau de pureza («amigo, companheiro, camarada»), para torturar e abater («porque desejas, canalha, matar o Camarada Estaline?»), manchando o brilho matinal da sua natureza. E, no entanto, sobreviveu. Porque nenhum mal conseguiu expulsar a centelha que contém. A fraternidade que invoca, espera, procura. «Camarada» permanece uma palavra linda e necessária.

                Apontamentos, Música, Olhares

                História, memória e política

                Enzo Traverso

                O passado, modos de usar, de Enzo Traverso – saído em 2005, antes de L’Histoire comme champ de bataille –, trata principalmente daquilo a que Habermas chamou «o uso público da história». O trabalho deste historiador e cientista político italiano tem vindo a ser preenchido com o estudo de épocas e de temas contemporâneos com os quais conflituam interesses atuais e que por esse motivo permanecem perturbantes, como acontece com a «questão judaica», o Holocausto, o totalitarismo, o fascismo, a violência nazi, o comunismo ou o eurocentrismo. Em conexão com todos eles, Traverso tem-se ocupado com os problemas difíceis mas incontornáveis que levanta a conexão entre história e memória. Aquela proximidade com o presente torna entretanto o tratamento destes assuntos algo que não pode deixar de dialogar – independentemente do rigor inerente à intervenção própria dos historiadores – com as suas escolhas políticas, com as repercussões do seu trabalho entre os outros profissionais do mesmo ofício e, acima de tudo, com o impacto junto dos setores da opinião pública que vão acolhendo os ecos do que dizem ou escrevem. (mais…)

                  Apontamentos, História, Memória

                  Um adeus sentido e combatente

                  Miguel Portas

                  Hesitei um pedaço antes de escrever algumas linhas sobre o desaparecimento triste e prematuro do Miguel Portas. Por diversos motivos. Desde logo, porque muitas outras pessoas, mais próximas dele, mais e melhor conhecedoras da sua jornada de vida, escreveram de maneira informada sobre episódios, dificuldades, alegrias e projetos partilhados. Fizeram-no, em diversos casos, de forma muito sábia, justa, comovida e magnífica. Jamais o poderia ou saberia eu fazer com idênticos atributos. Hesitei depois porque falei com o Miguel apenas uma meia dúzia de vezes desde que o conheci, tardiamente, no ano 2000. O Bloco de Esquerda nascera há pouco e na altura sentia-me suficientemente perto para participar como orador numa iniciativa pública. Recordo que sendo o penúltimo a falar me vi interrompido pela chegada de uma equipa de televisão com pouco tempo para gravar o discurso principal, da responsabilidade do próprio Miguel. Fiquei, claro, um tanto irritado com a situação, mas horas depois, já no comboio, recebi um telefonema caloroso e gentil, explicando detalhadamente o sucedido e pedindo um milhão de desculpas. Gesto definidor de um modo de agir raro no universo, tantas vezes brutal e cheio de prioridades trocadas, do ativismo profissional de todos os quadrantes. Mas hesitei ainda porque não queria, nem quero, servir-me de um acontecimento tão infeliz para travar o meu próprio combate político. Não posso, no entanto, deixar de recordar, uma vez que nestas horas tem permanecido omisso nos obituários, a luta do Miguel que conheci contra o sectarismo de todos os matizes e pela ampliação da crítica e da autocrítica dentro da «esquerda da esquerda». Opção difícil pela qual se bateu, mesmo até ao final do caminho, com perseverança e equilíbrio, por considerá-la a única forma de somar forças e ideais para o combate, cada vez mais urgente, cada vez mais imprescindível, por um país melhor e por um mundo mais justo. E do novelo de tantas hesitações resultou este acanhado post, que não passa de um adeus sentido e combatente.

                    Apontamentos, Atualidade, Memória

                    A IS, a esperança e a falta dela

                    Em Homage to Catalonia, publicado em 1938 na ressaca da presença combatente na Espanha da Guerra Civil, George Orwell sublinhava que o que atrai as pessoas comuns, ou pelo menos muitas delas, para o socialismo, e «as deixa dispostas a arriscar a pele por ele», é a ideia de igualdade. Até há pouco diríamos que a hipótese de arriscar a pele por uma causa corresponderia, nesta Europa descrente mas em aparente expansão que saiu do termo da Guerra Fria, a um círculo muito restrito de combates e de lugares, marcados por um extremismo socialmente isolado ou pelo regresso do nacionalismo. A reinstalação da desigualdade à qual assistimos nos últimos tempos pode, porém, inverter rapidamente esta situação: perante o colapso dos mercados, do capitalismo e da democracia parlamentar tal como a conhecemos, o retorno da política dos extremos pode conduzir à reemergência dessa atitude-limite que transforma uma causa no sentido de uma vida vivida no fio da navalha. Como escreveu Tony Judt num dos seus derradeiros livros, «sociedades grotescamente desiguais também são sociedades instáveis», dividindo-se através de conflitos internos, cada vez maiores e mais insanáveis, que terminam geralmente «com desfechos não democráticos». (mais…)

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                      Simetria semiológica

                      Reparará quem segue este blogue que em seis anos quase não se publicaram fotografias de políticos portugueses no ativo. Chegou o momento de proclamar urbi et orbi os três motivos pelos quais isso sucede. O primeiro prende-se com o mais genuíno snobismo: este blogue vive da e para a polis, mas não é um blogue de politiquinha, daqueles que se ocupam quase a full-time (e fazem bem, cumprem a sua função) dos rodriguinhos de São Bento, das fífias de Belém e atividades afins. Por isso, quando fala deles, gosta de relativizar o seu papel nas preocupações do leitor. O segundo é de natureza meramente estética: A Terceira Noite pode ter alguns posts fraquinhos (ou até o podem ser praticamente todos), mas esforça-se por ser um prazer para os olhos, um lugar visualmente incitante, ou então tão relaxante quanto uma massagem ayurvédica acompanhada pelo som de vagas marítimas. A maioria das imagens pessoais disponíveis destruiria esse equilíbrio, como um par de peúgas brancas usadas com um fato escuro. O terceiro motivo é o mais fácil de expor: o blogue preparava-se para este breve momento de simetria semiológica, esgotando de uma vez a quota para os próximos seis anos.

                      [fotografia extorquida à página facebook de maquinistas.org]

                        Apontamentos, Devaneios, Fotografia, Olhares

                        Coimbra: a cidade e a luta estudantil

                        coimbra_c

                        Disponível em formato pdf um texto que escrevi em 2007 sobre «Coimbra: a luta estudantil e o património identitário da cidade». Poderá servir de munição, ou de contrapeso, no debate atualmente em curso sobre os usos e os abusos da praxe estudantil. E também para uma apreensão mais completa do papel dos estudantes na vida e na história deste lugar diferente. Uma apreensão menos passadista sem por isso promover o esquecimento. Pode baixá-lo aqui.

                          Apontamentos, Coimbra, História, Olhares

                          shhhtttt!, Nostalgia Futura

                          Durante algum tempo o ritmo de A Terceira Noite irá diminuir um pouco. Aliás, já se nota que está a diminuir. Nada de especial a acontecer, para além de excesso de trabalho e um problema com os dias que não esticam. Mas leram bem: apenas «um pouco». Nada de dramático, sendo provável que por vezes nem se note a quebra. Em alguns momentos, no entanto, ela acontecerá.

                          Entretanto, para todos/as mas em especial para os/as leitores/as que me acompanham desde o início desta e de outras aventuras, aqui fica a ligação para uma experiência nova, composta basicamente por recortes, colagens e inspirações resultantes de trabalho alheio que vou guardando e tenho vontade de partilhar.

                          São, shhhtttt!, o contos da Nostalgia Futura.

                            Apontamentos, Novidades, Opinião