Arquivos Mensais: Setembro 2007

O PSD visto do meu sofá

Em ambas as sedes de candidatura o bar tem um lugar destacado. Passam muitos militantes a mastigar frutos secos e a beberricar qualquer coisa com umas pedras de gelo lá dentro, o que lhes dá um certo ar de profissionais de seguros em intervalo de acção de formação.

Será bom para Marques Mendes ter perdido. Parecia mais capaz, e mesmo mais feliz, quando passava mais tempo em Fafe e não precisava de se pôr todos os dias em bicos de pés. Embora ao lado de Carlos Coelho e de Macário Correia até se assemelhe a um «Grande Português».

Acho Ângelo Correia uma figura simpática. Talvez seja por ele não se importar de se meter ao barulho. Ou por parecer aquele tio que nunca tivemos mas imaginamos a almoçar com um guardanapo à volta do pescoço e a contar anedotas cheias de subentendidos. Ou por dizer quase sempre, com um ar sábio, a primeira coisa que lhe vem à cabeça.

Quando Menezes entrou no salão de hotel para fazer o seu discurso de vitória, numa das paredes um enorme ecrã de plasma continuava a projectar primeiros planos de José Mourinho. Parece perseguição, mas sabe-se lá se será premonição.

Apreciei as toilettes das senhoras. E mais ainda os respectivos penteados. Mas já não percebo porque razão os homens militantes copiam os da geração anterior e não cuidam um bocadinho mais do aspecto, não se mostram mais frescos e modernos. Como José Sócrates, por exemplo.

As duas partes foram falando, sem ponta de ironia como lhes competia, de um confronto «vivo», «franco», «aberto», «civilizado». Não é possível imaginar aquilo que teriam dito se assim tivesse de facto acontecido.

E amanhã será outro dia.

    Atualidade, Devaneios

    Psiu!

    Uma certa boa consciência «democrática», que a todo o momento faz a contabilidade dos longos anos de combate à ditadura dispendidos pelos seus antepassados, quase ignora aquilo que está neste momento a passar-se na Birmânia. Para ela, quando se combate uma ditadura, é preciso saber-se primeiro se essa ditadura é «boa» ou «má». Em caso de dúvida, joga-se pelo seguro e não se abre a boca. Até pode ser que ela não seja tão «má» quanto dizem. Ou que a democracia que se segue seja muito «pior». A coerência e a honestidade, para quem insiste neste tipo de atitude, jamais serão valores absolutos.

      Atualidade, Opinião

      Lágrimas e glamour

      A jornalista insiste com António Lobo Antunes. Trata-o quase como se tratam os velhinhos. «Comoveu-se» com a recepção que teve em Berlim? E «comoveu-se» com o Prémio Camões? Acontece que, por estes dias, comover-se – ou seja, chorar em público – passou a ser notícia. Uma patologia simpática, que se procura em certos rostos. As câmaras da televisão buscam sedentas as lágrimas nos olhos de Rui Costa, de Cristiano Ronaldo, de Nelson Évora, de Luís Filipe Menezes. Mesmo quando elas custam a sair. Sampaio foi durante algum tempo o nosso chorão de estimação e as câmaras procuravam-no: levou o lenço aos olhos? estava a fungar? a voz embargou-se-lhe? E se sim, que admirável! E que belas, que belas, as lágrimas amargas de Eusébio ou as ardentes dos jogadores da selecção de râguebi! E os duros, não se comovem? Gostamos de imaginar que sim, embora precisemos esperar para obter a prova. Câmaras prontas na direcção de Filipe Scolari, de Vasco Pulido Valente, de Manuela Ferreira Leite, de Valentim Loureiro, de Paulo Portas! E José Sócrates, chorará? Não importa se chora sozinho e com a cabeça entre as pernas, mas sim se o mostra em público. Será apanhado, um dia, e então rejubilaremos. E a Kate McCann, porque não chora baba e ranho, como Elton John quando soube da morte da Diana, que chorava todos os dias?

      Neste tempo seduzido pelo divertimento ininterrupto, pelo efémero que já era, pelo sorriso fácil, rápido e fotogénico, comover-se, chorar, torna-se notícia, um luxo, que irrompe no quotidiano previsível daqueles que vendem uma imagem de felicidade. Procura-se nos famosos o instante de abandono, a morte do familiar, a carreira em queda. E fotografam-se-lhes então as lágrimas. As daqueles que as vertem todos os dias, essas nada têm de particularmente interessante. São banais, por vezes um tanto sórdidas, e não importa perder tempo com elas. As de António Lobo Antunes, que todos reconhecemos, essas sim. Queremos vê-las, ou, pelo menos, que ele nos fale um pouco delas. Mas só mesmo um pouco.

        Apontamentos, Olhares

        Felizes para sempre

        Tamara Galkina era a mulher de K., um oficial de alta patente do Exército Vermelho. Envolveu-se com Y., um dos jovens subordinados do marido, e acabou por partir com ele para outra cidade. Y. ocupava então um posto de alta patente no NKVD. Certa noite, no ano de 37, eles chegaram e arrombaram a porta. Não se preocuparam com Y., mas a ela levaram-na. K., o seu ex-marido, vira o seu nome envolvido no caso do Marechal Tukhachevsky, um dos principais alvos das grandes purgas dos anos 30, e ela foi acusada de qualquer coisa, embora jamais tenha percebido muito bem do quê. Acabou condenada a dez anos num «campo de trabalho correctivo», por um crime que o homem do qual se separara havia supostamente cometido. O tempo foi passando e Y., entretanto promovido a general, foi destacado como administrador de uma região importante do Gulag, sendo nessa condição que acabou por reencontrá-la. Y. contou então a Tamara que ele mesmo tinha forjado algumas provas contra ela, de forma a ver-se livre de qualquer suspeita, mas propôs-lhe que esquecessem o passado e voltassem a ser amantes. Ela recusou. Alguns anos depois, após a reabilitação de Tamara, acabaram porém por tornar-se amigos. Passaram então a telefonar regularmente um ao outro e, ocasionalmente, encontram-se para tomarem chá e falarem dos velhos tempos.

        Parece o plot de um velho romance russo de terceira categoria, mas não é. Trata-se do resumo de um depoimento recolhido pela jornalista moscovita Irina Sherbakova no âmbito de um projecto destinado a preservar a memória dos sobreviventes do Gulag.

          História, Olhares

          Fim do mundo


          André Gorz e D. diante da fábrica Renault-Billancourt, em 1947. Foto. Suzi Pillet

          Fundador, com Jean Daniel, do Nouvel Observateur, colaborador de Les Temps Modernes e de Multitudes, marxista heterodoxo, amigo de Marcuse, amigo e ex-amigo de Sartre, anti-capitalista descrente do proletariado, pensador da ecologia política, André Gorz, o filósofo austríaco-francês, suicidou-se hoje em sua casa, juntamente com a mulher, Dorine. O mundo que foi preenchendo a vida de ambos já o fizera há muito. «Os corpos do casal repousavam um ao lado do outro».

            Apontamentos, Memória

            Scott

            Um dos melhores contrabaixistas de sempre nunca gravou um disco em seu nome. Por isso, Scott LaFaro é hoje lembrado «apenas» por ter sido um dos primeiros parceiros, talvez o melhor de todos, de Bill Evans, o pianista melancólico e genial que se inclinava sobre o seu piano como o Schroeder dos Peanuts. Morreu em 1961, aos 25 anos, mas teve ainda tempo para tocar com Chet Baker, Miles Davis, Stan Getz ou Ornette Coleman. Duas semanas antes do acidente, gravara ao vivo, com Evans e o baterista Paul Motian, Sunday at the Village Vanguard e Waltz for Debby, dois dos mais importantes álbuns da história do jazz.

            Bill Evans Trio – Gloria’s Step, take 3 (Sunday at the V.V.)

              Memória, Música

              Garganta Funda

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              O WikiLeaks, «a place for journalists, truth tellers and everybody else; global defense of sources and press freedoms, circa now» é um serviço em linha tem já mais de um milhão de documentos disponíveis. Ele simplifica a experiência da denúncia, mas também da delação, tornando-as fáceis, seguras e possíveis numa escala planetária. Uma espécie de «Wikipedia para fugas de informação não-detectáveis». Conseguiu um documento que compromete alguém de quem não gosta, mas esse alguém tem muito poder? Acha que certa pessoa anda a apoderar-se de dinheiros públicos e tem provas disso, mas receia que ela descubra que foi você quem a denunciou? Conhece um político corrupto, tem informações que o podem desmascarar, mas não quer enfrentar um processo complicado que pode afectar a sua vida? Nada mais simples: mostra tudo aquilo que sabe e pode documentar no WikiLeaks e jamais alguém conseguirá saber que foi você quem deu com a língua nos dentes. Um instrumento assustador, com resultados práticos ainda imprevisíveis, que pode transformá-lo num minuto em justiceiro mascarado ou num canalha. Sem se levantar da sua secretária.

              O suplemento Digital, do Público, traz hoje um artigo sobre o tema. O título, do qual me sirvo neste post, é «Garganta Funda já não precisa de se esconder na garagem».

                Atualidade, Cibercultura, Opinião

                Salpicão e orelheira

                O Aquilino que foi para o Panteão Nacional não foi só o carbonário, a «terceira carabina do Terreiro do Paço», ou o «grande prosador» de linguagem vernácula do qual falou Cavaco Silva, seu putativo leitor, num discurso que ignorou o percurso republicano e antifascista do filho do padre de Carregal de Tobosa. Foi também um português que sabia que coisa era o «caldo de leite com abóbora e feijão vermelho, temperado a orelheira de porco e salpicão, vinho, o palhete e espirrador». Que gostava de «bolinhos de bacalhau sobre o vinagre, o caldo verde, o polho de grão assado no espeto, as talhadas de salpicão, a perna de vitela ou o javali caçado na mata». Que se imaginava na tasca do Chacim, em Infesta, a comer o «ceote de lampreia do Abade de Mozelos, regado a vinhos dos Arcos». Olhando as coisas sob este ponto de vista, suavizamos um pouco o cerimonial mórbido em que agora o meteram.

                  Etc., Memória Tagged ,

                  Xenófobos e cavernícolas

                  Este blogue, no seu esforço insano e inglório de captar a espuma da espuma dos dias, foi um dos primeiros a falar da forma como a nossa rapaziada do râguebi se apresentou em campo a vociferar A Portuguesa. Entretanto, todo o país reparou no caso. E parte do exterior também. Ao ponto de vermos a selecção de futebol, no jogo que terminou com a vistosa placagem proactiva de Scolari a Dragutinovic, cantando o hino já uns bons decibéis acima do normal. E também de os adversários bradarem o seu guerreiro «Fratelli d’Italia,/ l’Italia s’è desta,/ dell’elmo di Scipio/ s’è cinta la testa» com um outro fôlego. Mas é melhor não embandeirarmos com as maravilhas do râguebi e do seu pequeno mundo, alimentando certos mal-entendidos.

                  Um deles refere-se à tentativa de fazer crer que o râguebi estimula a bravura e um são patriotismo. Entretive-me a dar uma volta pelos comentários de alguns blogues e sítios desportivos interessados na modalidade e fiquei completamente atordoado com a quantidade de opiniões de natureza racista e xenófoba que se serviram do hino nacional para mostrarem como «ainda há verdadeiros portugueses» ou «não são precisos pretos» para mostrarmos os nossos feitos. E, a quem achar que não se deve dar assim tanta importância ao hino, exige-se ali «que abandone o país» ou então «mude de nacionalidade» (os itálicos entre aspas foram retirados de alguns comentários). Apesar de reconhecer a bravura desportiva do gesto, preferia que os Lobos tivessem ficado mudos, cantado em playback, ou mesmo uivado, do que terem dado ocasião a que este tipo súcia se possa manifestar. Apenas um fait divers? Atitude de uns quantos recém-chegados mais ou menos dementes e sem tradição entre o público da modalidade? Veremos.

                  O outro mal-entendido diz respeito à tentativa de se fazer crer que o mundo do râguebi é constituído por pessoas normais. Que nem todos os jogadores se chamam Martim, Tomás, Salvador, Gonçalo ou Diogo, que nem todos relaxam um pouco do atarefado quotidiano jogando golfe e bebendo puro malte, que nem todos eles são veterinários, engenheiros agrónomos ou (e) filhos-de-família. É verdade que não, mas nem por isso a situação real aproxima os raguebistas do cidadão comum. É que, para além, que eu saiba, de não existirem jogadores que sejam ao mesmo tempo filósofos, poetas, cineastas ou bailarinos – um pouco mais próximos, como é sabido, do português-padrão –, é espantosa a quantidade de atletas com um aspecto pouco saudável e, sinceramente, um tanto ou quanto animalesco, próprio de quem lida boa parte do tempo com bestas. Como parece ser o caso – o Ricardo Araújo Pereira também chamou, na Visão, a atenção para este exemplo de retorno humano ao estádio de Neanderthal – do gaulês Sébastien Chabal (na imagem). Aquele a quem os adeptos franceses chamam de Átila, Homem das Cavernas, Hannibal Lecter ou O Anestesista. Mas há mais. Não, os jogadores do râguebi não são gente como nós. E, como diria um conhecido autarca do norte e homem da bola no pé, «quem disser o contrário, mente».

                    Devaneios, Etc.

                    «It’s Alright, Ma»

                    Vi Easy Rider seis vezes. E todas elas em poucos meses, três numa única semana. Tinha 17 anos, pouco cinema à disposição, detestava a vida imutável da cidade pequena e imaginava-me um pouco a percorrer as estradas americanas que me pareciam infinitas. Era aquela, para mim, a América. Desmedida e contraditória, feita de rapazes como aqueles, bons armados em maus, que se passeavam, soberbos, por entre simplórios da Louisiana com cara de sacanas. Mais conflito de gerações que luta de classes, sem dúvida. As stars and stripes pintadas na Harley Davidson de Wyatt (Peter Fonda), o chapéu de batedor fora do tempo usado por Billy (Dennis Hopper, também o realizador do filme), pareciam-me trocistas, provocadores. American dream às avessas com marijuana à descrição. Mas só depois do deprimente final – a morte violenta dos dois argonautas: «It’s Alright, Ma (I’m Only Bleeding)» – percebia definitivamente o olhar cínico de Fonda. Para o exorcizar, voltava então a ver tudo de novo.

                      Cinema, Devaneios, Memória

                      Rondellhund

                      A oferta partiu de Abu Omar al-Baghdadi, chefe da Al-Qaeda no Iraque, e promete uma recompensa de 100 mil dólares, que «subirá para 150 mil dólares se ele for sacrificado como uma ovelha». «Ele» é Lars Vilks, o cartoonista sueco, «criminoso infiel», que, após a recusa de algumas galerias, publicou no jornal Nerikes Allehanda uma imagem de Maomé na qual este é vagamente representado com um rosto humano e corpo de cão. Vilks desenhou o profeta como expressão de rondellhund, uma forma de street art, aparecida na Suécia durante o ano passado, que tem procurado espalhar por locais públicos imagens de cães concebidas em diversos materiais. Segundo declarou, fê-lo deliberadamente, como gesto de combate em nome liberdade de expressão, pelo que não se sente minimamente obrigado a pedir perdão a quem quer que seja. Diferente pois do «caso dinamarquês» ocorrido em 2006. Nos tempos que correm, um gesto simples que exige uma boa dose de coragem.

                        Atualidade

                        Desqualificação

                        Já quase toda a gente crucificou Maria José Nogueira Pinto pela peregrina ideia de fazer erguer uma Chinatown alfacinha que afastasse os vendedores chineses da Baixa, dando lugar apenas a um comércio «decente». Com preços que não envergonhem o cliente, claro. Pulido Valente faz hoje, no Público, uma acusação particularmente contundente, considerando que ela «não tem no ADN o mais vago vestígio do amor português pela pechincha». Ora nem mais. É o que se pode chamar a excelente conclusão de uma «análise objectiva do conteúdo de classe» das declarações da senhora.

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                          O rosto de Jeanne

                          Quando vivemos sentimentos aparentemente incompreensíveis de atracção ou de rejeição em relação ao rosto de determinada pessoa, costumamos dizer que é «a química» a funcionar. Essa «química», ou lá o que seja essa coisa que chamamos de «química», actua em profundidade na nossa consciência, dando-nos instruções imperativas como «ama agora!» ou «odeia já!». Concentramo-nos então num rosto, num olhar, numa voz, por vezes associados a um odor, a um gesto ou a uma forma de andar, que nos perturbam ao ponto de não lhes ficarmos indiferentes. Mesmo quando a maioria dos outros não vê o que nós vemos e não acha nada daquilo que nós achamos.

                          Posso dizer que, desde que vi Jules et Jim, rejeitei o rosto provocador, e sobretudo o sorriso que me pareceu então demasiado largo e um pouco obsceno (comissuras dos lábios vincadas, dentes grandes e expostos), de Jeanne Moreau. E não foi por, na minha adolescência de pacato rapaz da província, ser um tanto impenetrável aquela história louca, contada por Truffaut, de um ménage à trois em início de século. Terá sido qualquer outra coisa, mais profunda. E tão profunda quanto impossível de descrever, provavelmente, sem uma aproximação a alguns dos meus fantasmas mais antigos. Talvez sejam eles também que possam explicar porque razão o actual rosto da Moreau, agora com quase oitenta anos, mais velho, mais pacificado embora não menos revolto, que entrevi ontem num documentário, me seja finalmente simpático. Ou então será dos ácidos e dos sais alterados dessa inexprimível «química».

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                            Fleumáticos, dizem

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                            Reconhecemos os clichés garantindo que todos americanos são extremamente estúpidos, que todos os japoneses são workaholic nerds de instintos acentuadamente suicidas, que todas as suecas são umas boazonas um tanto ou quanto aventureiras, que todos os irlandeses são uns alcoólicos que se vestem de verde. O «caso McCann» tem-nos feito relembrar o estereótipo do inglês. «Calmo», «fleumático», «demasiado contido» dizem e repetem polícias, advogados, jornalistas, comentadores ou psicólogos. Um professor espanhol, visivelmente problemático, assegurou mesmo, na RTP1, que, no caso «del matrimonio McCann», tanta contenção acabava por revelar a evidência da culpa. «Continental people have sex life; the English have hot-water bottles», escrevia George Mikes em How to be an Alien, um livro no qual se parodiava um certo modelo do «ser-se inglês», transformando os súbditos da rainha Elizabeth Alexandra Mary em seres frouxos, impenetráveis e potencialmente violentos como todos os frouxos. A PJ não irá por aí, naturalmente.

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                              Vox populi

                              Passo pelo corredor da casa e oiço, saídos da televisão, grandes gritos do povo enfurecido que protesta na rua, que acusa, que condena. Clama-se por justiça, alguém é considerado culpado. Pensei que tudo aquilo era contra o casal McCann. Mas não, era contra o Scolari.

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