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Duarte Belo / Páginas Tantas

Esta segunda-feira, dia 6 de fevereiro, pelas 18H30, decorre a segunda sessão do programa Páginas Tantas, organizado em Coimbra pelo TAGV – Teatro Académico de Gil Vicente e pelo Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra. Nele se irá falando de livros e de literatura, das artes e dos artistas, e de outras coisas úteis. Em cada sessão estará presente um/a convidado/a que irá conversar com o público sobre o seu trabalho. Desta vez será Duarte Belo (Lisboa, 1968), autor de extensa e importante obra na fotografia portuguesa contemporânea. Esta centra-se principalmente no levantamento fotográfico da paisagem e das formas de ocupação do território, sendo de destacar as obras Portugal — O Sabor da Terra (1997) e Portugal Património (2007-2008). Este trabalho deu origem a um arquivo fotográfico pessoal de mais de novecentas mil fotografias.A partir do dia 6 o TAGV terá em exposição trabalhos do autor. Mais informações no blogue do programa.

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    No cinema com Hector Barbossa

    Barbossa & Sparrow

    Como gosto de filmes de «entretenimento, acção, aventura» e tenho um especial carinho pela figura ficcional do pirata – bem mais pela ficcional do que pela histórica, embora também possamos reconhecer piratas dos verdadeiros com um trajecto assombroso – fui ver «Por Estranhas Marés», o quarto filme da série O Pirata das Caraíbas, desta vez dirigido por Bob Marshall. Resultado: uma desilusão profunda, uma irritante experiência de tédio e a sensação pós-visionamento de 10 euros e 137 minutos de vida esbanjados. A movimentação dos actores, puramente coreográfica, tem algo de jogo para PlayStation, e provavelmente será essa mesmo a ideia, já que deparei, por comparação com os anteriores episódios, com uma clara infantilização do argumento, dos personagens e dos diálogos. Estes são agora deploráveis, primários, com tudo «bem explicadinho», prontos para um público pouco exigente e não preparado para subtilezas e citações. As sequências amorosas – as do casto missionário com a sereia ingénua, ou as que envolvem Johnny «Sparrow» Depp, desta vez com os maneirismos do personagem exagerados até à caricatura, e uma Penélope Cruz que aqui mais parece uma esforçada actriz de teatro amador – são de um bocejo indescritível. E a piorar a experiência, um inquietante sinal dos tempos: como é possível fazer um filme de piratas sem tabaco e quase sem álcool? Salva-se a intervenção da única personagem que conserva uma certa dignidade «pirática» e que é desde o início da série a minha favorita. Sim, refiro-me ao imprevisível, bem-humorado, e tão canalha quanto generoso, Capitão Hector Barbossa, de novo interpretado por Geoffrey Rush, que é de longe o melhor actor de todo o casting. Se querem mesmo ver o filme, então abstraiam-se do omnipresente Jack Sparrow – agora tão enjoativo quanto as pipocas do espectador da fila da frente – e sigam as pisadas do «perna de pau».

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      A cor voltou à rua

      25A

      A sequência dos dias ia desbotando a data. Há um ano escrevi aqui: «Para os filhos e os netos de Abril tudo começou a 26 com o conta-quilómetros a zeros, e por isso para poucos deles há um «Sempre!». É assim e não há que ter pena. Há que olhar para o que está para vir e o resto é memória a guardar. Quente para muitos, sem dúvida, mas para cada vez menos porque a vida não faz pausa.» Cinquenta e duas semanas depois, estas palavras parecem-me imperfeitas. De repente, diante daquilo que até há pouco parecia improvável ou impossível,  a cor viva, agora a da resistência, voltou à rua. E com ela o reforço de uma certa memória útil, de uma memória memorável.

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