Calamidade e hipocrisia

O número de vítimas mortais do terrível sismo que afetou o sul da Turquia e o norte da Síria vai já, neste momento, em mais de 5.200 pessoas, estimando-se que possa ultrapassar os 20 milhares. O volume de feridos e desalojados será colossal, numa paisagem de devastação, horror e sofrimento que chega em imagens brutais ao conforto das casas de quem, neste lado do mundo, se sente seguro e protegido. No caso da Síria, com a agravante de se tratar de uma área em larga medida controlada pelas forças que combatem Hassad e eram já um constante alvo dos ataques militares de Damasco.

Perante a situação, para mais ocorrida em territórios sem grandes condições de fazer frente à calamidade, procurando sobreviventes e apoiando feridos e desalojados, a ajuda internacional é fundamental. As primeiras imagens que chegaram de sobreviventes continham logo pedidos desesperados nesse sentido. A ajuda está a ser organizada e chega de muitos países, incluindo Portugal e mesmo a Ucrânia, mas não deixa de merecer um reparo a forma como a Rússia e Israel logo a ofereceram, sendo responsáveis, em especial a primeira, pela destruição sistemática de tantas vidas civis na região.

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