Sublinho aqui, a traço grosso, o recente post de Joana Lopes a propósito das limitações de um sistema político que gira apenas à volta de duas categorias ultrapassadas (e não necessariamente antitéticas): «bloco central» e «maioria absoluta». Discursos desvitalizados como o do «inenarrável» Vitalino Canas, ou, pior ainda dadas as anteriores responsabilidades e o passado do seu autor, o mais recente adoptado por Jorge Sampaio, caminham no sentido contrário ao da ousadia da procura e do apelo à capacidade para pensar novos caminhos, para os cruzar, para os associar a um esforço, duro mas imprescindível, de mobilização dos cidadãos para a resolução de problemas comuns. Justamente aquilo que este tempo, de crise generalizada e desinteresse pela coisa pública, tanto requer. O post fecha proclamando a necessidade dramática de «arrojo, audácia, tenacidade». Concordo e subscrevo sem a menor hesitação. Só que com os actores que temos será difícil sair do actual estado de sonolência e aborrecimento.