O outono do patriarca

fidelofilia

Não me sinto radiante com as recentes atitudes e declarações de Fidel Castro, nem tenho expectativa alguma em relação ao seu reconhecimento de «erros» pelos quais ao longo de décadas foi o primeiro responsável. E muito menos por ter agora declarado não ser exemplo a seguir, «porque nem na ilha funciona», o modelo de revolução pela qual se bateu e que ao longo de mais de quarenta anos talhou à sua imagem. Na verdade, o regime cubano pouco liga a tais fabulações e não dá o menor sinal de alterar as suas políticas no campo dos princípios, das liberdades e das políticas. Aquilo a que estamos a assistir é apenas a um processo visível de «diminuição cognitiva», erradamente tomado como acto de contrição. Um Castro assim dá pena. Deveria ter sido poupado no seu outono a este espectáculo triste e degradante. Haja alguém, entre os seus muitos amigos, que faça alguma coisa.

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