Subindo, temos

Paul Celan aos 18

Estacas com bandeiras
recrutadas para dar as boas-
-noites à esquerda
do leme.

cardumes de olhos, oceânicos
por dentro, para sempre
por sobre
as baleias
que nadam até ficar cegas,
lançam para cima
os seus últimos males,
para o que, subindo, temos
de sondar.

Paul Celan – De A morte é uma flor. Poemas do espólio
(Trad. de João Barrento)

    Olhares, Poesia.