Norma, a leitora

Marilyn e Arthur Miller

Não se tratou apenas uma intuição, suscitada por uma ou outra imagem de uma sensualidade menos óbvia e nitidamente mais despojada de Marilyn. Sempre me pareceu que o estereótipo foi exagerado e deformante – como todos os estereótipos –, além de francamente injusto. Indícios aqui e acolá. Em entrevistas que não eram de promoção, poses menos condicionadas pelo fotógrafo, informações a conta-gotas e transmitidas por portas travessas, vindas de pessoas que com ela um dia se cruzaram. Agora parece que se confirma: a menina Norma Jean não tinha apenas os diamantes como os seus melhores amigos. Gostava muito de ler e não correspondia bem ao protótipo da loura burra das piadas de subúrbio.

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