Que é diferente dos outros

Tenho um problema com o desaparecido blogue Barbané idêntico ao que certa vez tive com os extintos sabonetes Nordika. Quando descobri o seu suave cheiro a pinho, a forma como me levantavam a moral sob o duche da manhã, já estes haviam deixado de ser comercializados. Percorri então, um tanto desesperado, pequenas mercearias de bairro, lojas vende-tudo de ignotas aldeias, dispensas esquecidas de familiares, conseguindo reunir um stock que me permitiu dois anos extra de saponácea felicidade. Ao Barnabé, a esse comecei a segui-lo tardiamente, quando os seus autores estavam já para «descontinuá-lo». Felizmente, andam por aí, nas livrarias, alguns títulos de Rui Tavares, talvez aquele dos barnabitas que, por assim dizer, mais me sussurrava ao sentimento. D’O Pequeno Livro do Grande Terramoto tem-se falado bastante: um livro de história que devia servir de exemplo para a desgraçada escrita – e, certas vezes, desbaratada investigação – que domina ainda a tribo dos historiadores a que pertenço. Vou recomendá-lo aos meus alunos, claro, para lhes reacender o interesse (e a admiração) pelo conhecimento do passado e as mil formas de o contar. Sai agora Pobre e Mal Agradecido, ainda na Tinta da China, que inclui, entre outros textos imperdíveis do RT, da melhor e mais inclassificável prosa que alguma vez percorreu a blogaria lusitana. Tenho, para uns tempos, o meu suplemento de Barnabé.

    Etc..