O mascarado e o da triste figura

Os novos moinhos

Tendo-lhe sido perguntado, em entrevista da revista Sábado, se se identificava com o Zorro ou com D. Quixote, José Sá Fernandes, o protagonista da «candidatura alface» do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, afirmou, como era de prever num candidato partidário a alguma coisa, «com o Zorro porque tinha os pés na terra». Sendo grande a minha simpatia pelo herói mascarado – mais ousado até do que Sá Fernandes o pinta (sobretudo na versão de Isabel Allende) – sinto principalmente a falta de Quixotes. Um dos problemas de algumas das forças que a dada altura pretenderam renovar a política activa e a participação dos cidadãos talvez advenha mesmo destas não lhes darem grande atenção. O espectro gélido de Lenine paira ainda em muitos horizontes.

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