«Às vezes, a realidade é mais estranha do que a ficção»

Dormia a sono solto na manhã do dia do trabalhador. O bairro periférico parecia dormir também. Ao longe, quase deserta, a via rápida procurava ainda acordar. Como os velhos dirigentes sindicais, que à mesma hora molhavam o pão no café com leite, antes de se prepararem para mais um desfile. De repente, o telefone. Do outro lado uma voz de mulher tentava convencê-lo a comprar a crédito um robô capaz de limpar o pó, de aspirar, de cortar a relva, de fazer bricolage. Suspeitou que fosse uma mentira do Primeiro de Maio. Disse qualquer coisa, desligou.

    Devaneios.